Amazonas

Violência sexual contra crianças e adolescentes é tema de oficina realizada em Borba

Com o objetivo de capacitar os profissionais que atuam na rede de proteção à criança e ao adolescente no município de Borba (distante 151 quilômetros de Manaus), a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado e Saúde do Amazonas (SES-AM), participa, até amanhã (12/08), de oficina de sensibilização.

A atividade é realizada através de parceria da FVS-RCP com o Instituto de Assistência à Criança e ao Adolescente Santo Antônio (Iacas), que integra o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. A oficina conta com a participação de profissionais que atuam em todos os níveis de atenção à saúde, incluindo a vigilância epidemiológica e Atenção Primária em Saúde, e a educação, a assistência social, a segurança pública, o conselho tutelar, a justiça e adolescentes do município.

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que a capacitação é fundamental para as ações de prevenção à violência sexual contra crianças e adolescentes.

“A capacitação desses profissionais garante que eles possam identificar da maneira correta os casos de violência. Embora a capacitação seja voltada para as violações de direitos das crianças e adolescentes, essa ação também vai impactar no atendimento às pessoas de todos os ciclos de vida”, afirma Tatyana.

A coordenadora de Vigilância de Violências e Acidentes na FVS-RCP, Cassandra Torres, destaca que na oficina a FVS-RCP sensibiliza os profissionais quanto ao reconhecimento dos diversos tipos de violência, identificação dos sinais e sintomas, além do correto preenchimento da ficha de notificação de violência interpessoal e autoprovocada.

“Sabemos que entre os fatores que contribuem para a subnotificação dos casos de violência estão a dificuldade na identificação, a insegurança quanto ao fluxo e a fragilidade do trabalho em rede. A intenção da FVS-RCP então é atuar no enfrentamento desses fatores para fortalecer e ampliar a notificação”, afirma Cassandra.

A coordenadora ressalta, ainda, que o trabalho é realizado em rede, devido à complexidade do tema que não pode ser enfrentado ou prevenido de forma isolada.

“Participando desse trabalho de capacitação da rede de proteção, junto ao Iacas, estamos exercendo o papel da vigilância nessa perspectiva intersetorial. Acreditamos que esse momento no município oportuniza que os diversos segmentos que compõem o Sistema de Garantia de Direitos dialoguem, aproximem-se e que essa aproximação se estabeleça e permita a construção de fluxos de atenção efetivos para as pessoas em situação de violência e para a prevenção “, destaca Cassandra.

Participantes da iniciativa

Entre os participantes da oficina, a enfermeira Tuanny Lima de Souza, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Borba, destaca que a iniciativa está sendo proveitosa para divulgar a importância da prevenção às violências contra crianças e adolescentes no município.

“Acredito que a oficina vai fortalecer a rede, porque temos representantes de vários setores que trabalham na prevenção às violências contra crianças e adolescentes. O profissional sai da capacitação com mais informações e vai poder levar essas informações para outros colegas que ficaram nas instituições”, disse.

Também presente na iniciativa, o psicólogo Márcio Bessa, que atua na Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar e na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de Borba, enfatizou o aprendizado adquirido. “Através da oficina, aprendi muito, principalmente sobre a ficha de notificação. Dentro do âmbito escolar, bem como no hospital, é comum que supostas vítimas revelem esses casos”, acrescentou.

Vigilância de Violência e Acidentes

Instituído pelo Ministério da Saúde por meio da portaria nº 1.356/2006, o sistema Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) tem por objetivo identificar a magnitude e a gravidade das violências e acidentes, para fornecer subsídios para definição de políticas públicas, estratégias e ações de intervenção, prevenção, atenção e proteção às pessoas em situação de violência.

A vigilância de Violências e Acidentes é realizada no Amazonas pela Gerência de Doenças Crônicas e Agravos Não-Transmissíveis (Gvdant), do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS-RCP.

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